Cristianismo e “Modernismo”

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Um Homem que se julga e se proclama espiritualista “moderno”e portador de ideias “originalíssimas, até mesmo “revolucionárias”, diz ao seu professor:

- Eu me admiro do professor achar que o processo de aceleração do aperfeiçoamento espiritual deve apoiar-se nos mandamentos de Jesus Cristi. Na minha opinião, esses ensinamentos tiveram sua época. Já estão superados por outros que atendem melhor as necessidades atuais e futuras dos homens. A doutrina “moderna”que abracei é a “única” que pode levá-los a melhor destino.

- Pois eu me admiro que o senhor, sendo um espiritualista, ainda não se tenha apercebido de que os ensinamentos do divino mestre nunca perdem a atualidade, visto que são de natureza eterna.

- A “moderna” escola metafísica a que pertenço recomenda que nos dediquemos unicamente aos ensinamentos por elas criados e oferecidos, pois considera as doutrinas do passado, inclusive o cristianismo, arcaicas, absolutas sem utilidade para a vida atual.

- Penso que, se o senhor meditasse detidamente sobre esse ponto, à luz de sua própria consciência, acabaria abandonando esse pensamento exótico e destrutivo que, nada melhor das hipóteses, parece provir da mania ou costume de causar sensação. Não pode haver duvidas quanto ao valor eterno dos mandamentos cristãos. A prova disso está em que eles têm alimentado espiritualmente inúmeras gerações, através dos séculos, e continuam produzindo excelentes resultados.

- mas, não lhe parece, professor que os obstáculos e exigências da vida moderna imponham a utilização de conceitos modernos para acelerar o processo evolutivo?

- Admito a utilização de métodos modernos para eu se possa estudar, compreender e executar melhor os ensinamentos redentores contidos na sabedoria antiga, dentre is quais se destacam os de Jesus Cristo. E admito, igualmente a elaboração de novos conceitos espiritualista, mas sem o abandono daquelas fontes-matrizes de prístina pureza, e desde que estejam em perfeita harmonia com elas.

- O professor admite, então, que sejam apresentados conceitos modernos, mas apenas como subsidiários que facilitam a compreensão e aproveitamento da sabedoria antiga, não é assim?

- Exatamente. E entendo que os ensinamentos cristãos devem ser tomados como padrão ou paradigma porque, a meu ver, eles constituíram, e ainda constituem, o ponto mais alto da espiritualidade, sem desprezar os demais preceitos superiores da sabedoria antiga. Estou convicto de que nos mandamentos cristãos esta encerrada chave que abre as portas verdadeira vida ou iniciação divina.

- Pena é que a maioria não tenha conseguido encontrá-la...

- É pena, mesmo. Daí, talvez, a volubilidade, tão comum, de abandonar os seculares ensinamentos redentores para tentar essa descoberta em fontes que se vangloriam de “modernas”e repudiam a sabedoria antiga, como se as concepções de alta relevância espiritual pudessem passar de moda... Mas, raciocinemos serena e logicamente, com o discernimentos e o livre arbítrio que deis nos concede: - A ineficiência estará nos ensinamentos cristãos, ou em que não conseguiu encontrar a substancia divina encerrada neles? / - Podem algumas opiniões e teorias isoladas destruir uma doutrina que atravessou os séculos e alentou tanto milhões de criaturas humanas?

- Não se trata de destruir,professor, e sim de sobrepujar pelo progresso das concepções modernas/


- os grandes mestres da sabedoria que passaram pelo mundo nunca demonstraram essa preocupação estranha de ultrapassar as verdades eternas deixadas pelos antecessores. A prova disso esta nas próprias palavras do nazareno quando diz: “Não penseis que vim revogar as leis ou os profetas. Não vim revogar, mas cumpri”.

- Nós, adeptos dessa escola “moderna” a que me referi e de que sou um dos componentes, achamos que, tendo Jesus pregado sua doutrina durante três anos apenas, e porque foi crucificado inesperadamente, não pode deixar suficientes ensinamentos à humanidade.

- É lamentável que vocês examinem acontecimentos de tanta transcendência com tamanha facilidade. Só deve despertar admiração o fato de Jesus ter apresentado tantos e tão extraordinários ensinamentos em tão pouco tempo! Pensa que o divino mestre foi crucificado inesperadamente e não pode cumprir na íntegra a missão que lhe fora confiada, seria duvidar da onisciência, onipotência e onipresença de Deus. É inconcebível supor que o pai eterno permitisse que Jesus – o maios de seus filhos – tivessem que interromper, prematuramente, sua permanência neste mundo.

- Então, o professor acredita que o nazareno tenha deixado ensinamentos suficientes?

- Sim. Estou convicto de que foi completo o cumprimento da missão de Jesus Cristo. Tanto assim que os ensinamentos têm promovido admiráveis transformações psicológicas no decorrer dos séculos. E continuam prestando incomparável ajuda à humanidade.

- Mas,a maioria dos seres humanos já não lhes dá a menor importância...

- Já, não. Ainda. Mas, esse ainda pode ser e será modificado com o advento da nova era de recristianização que, a meu ver, procederá a volta do divino mestre do mundo dos homens. Quando ele voltar, espalhara novos e ainda mais profundos ensinamentos que, reforçando os atuais, eliminarão todas as teorias “modernas” que pretendem descontrair o indestrutível!

- E, enquanto ele não volta?

- Enquanto ele não volta, procuremos penetrar nas profundezas dos ensinamentos contidos em seu evangelho, a fim de lhes extrairmos o verdadeiro sentido a neles encontrarmos a chave da nossa felicidade. Só assim, poderemos colaborar para o alvorecer da radiosa aurora que precederá o regresso do inconfundível pastor de almas. E tenhamos, sempre, em nossa mente os seus sábios conselhos:

- “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”./ “Se guardardes meu mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como eu tenho guardado os mandamentos de meu pai e permaneço no seu amor./ “Pela vossa perseverança, conservareis as vossas almas”./ “Quem persevera até o fim esse será salvo”.

 

 

Extraído de:

Jornal Verologia

Edição XXVIII Nº 343 e 344
Artigo referente a Julho e Agosto de 2001