Não Julgue Pela Aparência

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Muitas injustiças, amarguras, inimizades e tragédias teriam sido evitadas, através dos séculos, se os Entes Humanos houvessem compreendido, profundamente, e levado a sério a sábia advertência de Jesus Cristo: “Não julgueis pela aparência, mas julgai segundo a reta justiça”.

É de todo desaconselhável fazer juízos precipitados sobre as palavras e os atos de outras pessoas, pois, quem os faz, pode incorrer em faltas ignominiosas, quais sejam as da injúria, da difamação e da calúnia. A prudência é virtude muito recomendável ante as palavras e os atos de aparência indefinível ouduvidosa, porque evita cair em situações equívocas ou em comentários levianos. Esses comentários prejudicam o conceito de quem assim procede impulsionado por meras suposições. E importam em erros que, cedo ou tarde, terão de ser resgatados, inevitavelmente, pois a Justiça de Deus é perfeita e inflexível.

Há pensamentos que, mal expressados, ou pronunciados de modo incompleto, através da palavra falada ou escrita, podem causar péssima impressão. Mas, o Ente Humano que desenvolve e aprimora as faculdades e manifestações de seus sete Órgãos Psicológicos, não se deixa levar pela simples impressão recolhida através das palavras, gestos e atos de seus semelhantes, mesmo quando lhe pareça procedente essa impressão em face dos movimentos captados pela Sensibilidade. Ainda assim, só é lícito formular reflexões conclusivas perante provas irrefutáveis, para não fugir à realidade, pois unicamente desse modo há maior probabilidade de acertar. E dizemos “há maior probabilidade de acertar” porque, até diante daquilo que parece oferecer “provas irrefutáveis”, muitos se têm enganado tantas vezes.

O julgamento pela aparência conduz a consequências nefastas. É de acrescentar a revolta que tal procedimento provoca em quem foi injustiçado, e, simultaneamente, em outras pessoas que estejam convictas da inocência de quem foi colhido pela precipitação do leviano. Portanto, o julgamento pela aparência gera, quase sempre, a antipatia e a desavença, podendo, mesmo, degenerar em desfechos violentos, e, até, sangrentos, pelo revide à leviandade de quem, irrefletidamente, se deixou conduzir por simples suposições.

Daí, a incalculável importância que tem, para cada Ente Humano, a obtenção do Equilíbrio Psicofísico, através de um Verdadeiro Processo de Evolução Mental e Psicológica (Ativa e Consciente). Só adquirindo esse equilíbrio é que se pode conservar a serenidade nessas contingências críticas, para evitar o descontrole e, conseguintemente, o julgamento pela aparência, com os lamentáveis desacertos decorrentes dessa atuação claudicante. É de tanta relevância para a espécie humana o cuidado de não julgar pela aparência, que todas as criaturas precisam gravar em sua vida interna e eterna – comletras inapagáveis – esse judicioso conselho do Divino Mestre.

Mais ainda: para ser fiel à Justiça Divina e merecer, por isso mesmo, o seu amparo ultrapoderoso, cada Ente Humano precisa realizar esse magistral Ensinamento sempre que se vir na contingência de opinar sobre o procedimento alheio.

Nenhuma Criatura deve perder o seu tempo em criticar, censurar e julgar as palavras e os atos de seus semelhantes. Mas, por vezes, se vê, irrecusavelmente, obrigada e até chamada a fazê-lo. É nesses casos, precisamente, que se deve empenhar no sentido de “julgar segundo a reta justiça”. No entanto, o seu julgamento será tanto mais acertado quanto mais alto for o seu grau de Aperfeiçoamento Espiritual.

É de acentuar, finalmente, a conveniência de não incorrer em aparências desfavoráveis, sob a ingênua suposição de que, estando-se em paz com a própria consciência, se pode frequentar qualquer lugar ou dizer e fazer o que bem se entenda, por mais duvidosos que sejam os lugares, as palavras e os atos. Cada um deve zelar pelo seu próprio conceito perante seus parentes e amigos, perante seus companheiros de trabalho profissional, perante a sociedade.

Quem vive de modo normal e até exemplar, precisa esquivar-se de tudo quanto possa por em dúvida sua reputação. E, para tanto, nunca deve oferecer a seus semelhantes a impressão de que a sua vida é anormal ou degradante. Em face do exposto, chega-se à conclusão de que não se deve jugar pela aparência, nem oferecer aparência comprometedora ou duvidosa, sempre que se puder evitá-la.

Quem alcança esse admirável estado de equilíbrio e sensatez, pelos seus próprios esforços, será sempre bem conceituado. E, por isso mesmo, alcançará um progresso irreversível, tanto no campo espiritual quanto no terreno material.

 

 

Extraído de:

Jornal Verologia

Edição XXXVIII Nº 479 e 480
Artigo referente a Novembro e Dezembro de 2012