Nada Pode Ser Honesto Quando a Justiça Falta

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Páscoa é época de Transformação, Renovação e Renascimento. Nada mais adequado, diante dos acontecimentos atuais, do que a Justiça, focalizada pelo nosso mestre Cristófilo Nageo, para tornar possível o Espírito da Páscoa, envolvido em Amor e Perdão. Essa é a maior e mais séria necessidade do mundo de hoje.

(Extraído do livro “Os justos brilharão como o sol”)



-Ante as injustiças que pulukam pelo mundo – espalhando amarguras, decepções e ceticismos – gostaríamos, professor, que o senhor, na primeira oportunidade, nos oferecesse uma aula tão ampla quanto possível, sobre a justiça e a injustiça.

-É com verdadeiro júbilo que passo a satisfazer, imediatamente, ao pedido com que vocês me honram, meus bons amigos.

Friso, desde logo, que, ao meu ver, só existe uma Justiça Infalível, que é a Justiça de Deus. Isso, porém, não impede – é claro – que os homens se empenhem no sentido de elevar a sua justiça ao máximo de aperfeiçoamento e de acerto. Por força da escassez de espiritualização na maioria dos Seres Humanos, é muito comum e até já se tornou corriqueira, a prática da injustiça ou da justiça caolha, que só enxerga as conveniências e vantagens pessoais. Isso tem sido a causa de tantos males, assim entre os homens como entre os povos.

Diz Cícero: “Nada pode ser honesto quando a justiça falta”, De fato, a honestidade não consiste apenas em não roubar o dinheiro alheio. Consiste, igualmente, em não roubar o sagrado direito do próximo, cometendo injustiças ou aplicando uma “Justiça” de dois pesos e duas medidas. Portanto, ser injusto é o mesmo que ser desonesto.

Não há dúvidas de que, preferindo a maioria dos seres humanos o comodismo, a displicência e a inércia, é difícil praticar uma justiça, senão perfeita, pelo menos compreensível e razoável. Dessas deficiências promanam as injustiças menos graves, cometidas inconsciente ou inadvertidamente.

Quando, porém, a injustiça é praticada por má fé, com o deliberado propósito de saciar paixões ou interesses mesquinhos, representa um atestado ou um crime que, às vezes, fica impune perante as leis dos homens, mas nunca escapa às Leis de Deus, inexoráveis e incorruptíveis. Daí as penas e sofrimentos correspondentes.

“A justiça é a constant e perpétua vontade de dar a cada um aquilo que lhe pertence” – afirma Ulpiano.

Esse deve ser o propósito de todo aquele que tem suficiente senso de responsabilidade e quer, de fato, ser digno de servir à Justiça. Dar a cada um, o que realmente merece, em face dos elementos de direito que lhe assistem, sem preterições nem sinuosidades inescrupulosas – eis o nobre dever de quem possui um caráter bem formado e quer empunhar honradamente a Espada da Justiça!

O verdadeiro senso de Justiça significa um estado superior de espiritualização. Portanto, só o homem que se espiritualiza pode chegar a esse grau de identificação com a Justiça, pela razão muito simples de se ter libertado das ganâncias e baixezas que promovem as injustiças. O homem verdadeiramente espiritualizado é, pois, um Homem de Bem.

“Todas as virtudes estão encerradas na Justiça. Se és Justo, és Homem de Bem” – esclarece Theógnis.

Com efeito, o homem justo, ou o que se empenha em ser justo, é um homem de Bem porque, para isso, já deve ter realizado, necessariamente, as virtudes essenciais que infundem nobreza de sentimentos e firmeza de caráter.

O dia em que houver muitos seres Humanos em condições de empunhar, corajosos e resolutos, a Bandeira da Justiça, haverá segurança e tranquilidade neste Mundo.

Vauvernagues afirma: “Não se pode ser justo quando não se é humano.”

 

 

Extraído de:

Jornal Verologia

Edição XXXIII Nº 411 e 412
Artigo referente a Março e Abril de 2007

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