Convém frisar, preliminarmente, que a perseverança só deve ser aplicada em realização escolhidas com a máxima sensatez.

Antes de perseverar em alguma realização, é necessário examiná-la detidamente, á luz da inteligência e da razão, a ver se merece esse esforço ininterrupto durante o tempo que seja indispensável para atingir a meta.

A perseverança é o grande agente do êxito porque não abre lugar ao desanimo ante os inevitáveis obstáculos que aparecem pelo caminho, principalmente nas realizações mais serias e mais importantes. Quando bem aplicada e bem dirigida, leva a vitoria ate mesmo quem possui puçás possibilidades de triunfo, porque sustenta incessantemente o ritmo para aquisição dos valores (morais, espirituais, intelectuais ou matérias) objetivados.

Convém, no entanto, não confundir a perseverança com a teimosia ou o capricho. A teimosia e o se aplica aos impulsos desordenado, aos desejos de vingança, as baixas paixões. Por outro lado, perseverar não significa perseguir, com sofreguidão, o fim visado. A perseverança deve ser usada com serenidade e critério, podendo-se, mesmo, formular novos raciocínios e traçar novos planos de ação, sempre que necessário e oportuno, durante o percurso.

Perseverar é agir incessantemente para alcançar o resultado final almejado, desde que a criatura esteja convicta da necessidade imperiosa de realizá-lo. Mantida essa convicção firme e forte, jamais o desanimo e a desistência a dominarão.

Quando inteligentemente utilizada, a perseverança é uma poderosa alavanca, indispensável em todas as realizações, sobretudo nas grandes e dignificantes empreendimentos. Todos os entes humanos – por mais bem dotados que sejam – necessitam dessa poderosa alavanca para garantir o êxito de suas iniciativas. Enquanto uma criatura de escassas possibilidades pode alcançar grandes triunfos, cultivando a perseverança; outra inteligente, culta, portadora de excelentes possibilidades, pode transforma sua vida em um permanente fracasso, se não souber acrescentar a essas possibilidades a pratica da perseverança.

Dir-se-ia que nem sempre é possível perseverar até o fim na realização de um empreendimento, ainda que predominante estudado em toda sensatez, porque aparecem se súbito, obstáculos, tidos como intransponíveis, só o são n aparência, visto que o perseverante realizador consegue transpô-los utilizando seguramente as manifestações da inteligência e da razão, acompanhadas de uma ferre forma de vontade.

Quem realiza o processo devolução ativa e consciente amplia, progressivamente, não só aquelas, mas todas as outras faculdades do sistema psicológico, aumentado assim, todos os dias e Ca vez mais, suas possibilidades e sua eficiência. Nessas condições, nunca será derrotado pelas dificuldades. Encontrará, sempre, uma solução para cada problema. Quase nunca estará em presença de um obstáculo intransponível. Será um triunfador. Terá uma vida ampla e fecunda, em proveito próprio e de seus semelhantes.

Também é verdade que o Ser humano fica, ás vezes, indeciso para resolver se deverá ou não perseverar na realização de um determinado objetivo, tal a complexidade do empreendimento, ate mesmo depois de haver pensado cuidadosamente acerca das alternativas ou dos contratempos que essas realizão poderia apresentar durante o itinerário a percorrer. Só h uma iniciativa que não comporta nenhuma indecisão nesse sentido: a de realizar um verdadeiro processo de evolução mental e psicológica (de forma ativa e consciente). Tão racional, tão lógico, tão convincente é esse processo de evolução espiritual que ninguém, em sã consciência, pode vacilar quanto a necessidade indeclinável de realizá-lo. E, por isso mesmo, todos podem compreender imediatamente que esse ideal superior merece, sem sombra de dúvida, sua Perseverança.

Quem ingressa processo de evolução ativa e consciente, compreende, sem demora, que a perseverança é indispensável colaboradora para a manutenção do ritmo em tão extra-ordinário quão trabalhoso processo, porque impede que se perca a rota quando aparecem as seduções, próprias das contingências terrenas, compreende, também, que é imprescindível dar a perseverança o destacado lugar por ela merecido no quadro psicológico. Principalmente quando aplicada ao processo de evolução ativa e consciente, pois esse ideal superior deve ocupar sempre – em todos os momentos e em todas as circunstancias – o primeiro lugar. E deve ser colocado, sempre, em primeiro lugar. E deve ser colocado, sempre, em primeiro lugar porque da realização dele depende o êxito em todos os demais empreendimentos.

Em resumo: a perseverança é uma poderosa alavanca, mas apenas para quem sabe utilizá-la devidamente, a fim de garantir a si mesmo irreversíveis triunfos espirituais. E, como resultado lógico e natural, materiais também, pois segurança desses últimos depende muito da segurança dos primeiros. É claro no entanto, que essa garantia só funciona quando o realizador passa a empregar o produto de seus triunfos não só em beneficio próprio, mas também em auxilio de muitos outros entes humanos sinceros e bem intencionados, demonstrando assim a sua boa compreensão e o seu altruísmo.

“Nada significa iniciar bem para que não for capaz de perseverar ate o fim”. (Ainyot).

Extraído de:

Jornal Verologia

Edição XXXIV Nº 427 e 428
Artigo referente a Julho e Agosto de 2008