Até os dicionários e as enciclopédias assinalam que o verdadeiro sentido dessa máxima de Juvenal tem sido desvirtuado. Geralmente, supõe-se que esse lema aconselha a cuidar apenas da saúde do corpo, como se isso bastasse para conseguir também a saúde da Mente ou do Espírito.

No entanto, o próprio Juvenal, que não está incluído entre os homens de alta Evolução Espiritual, mas era um moralista inteligente, queria sugerir que se buscasse não só a saúde corporal, mas também, conjunta e paralelamente, a saúde mental. A lógica está a indicar que não pode ser de outro modo, e que, visto por esse prisma, o conhecido provérbio alcança um grande significado.

É evidente a necessidade imperiosa de se cuidar, ao mesmo tempo, da Mente e do Corpo. Embora sejam interdependentes, merecem as atenções específicas ou especiais que lhes correspondem, respectivamente. Tanto a sanidade mental influi, extraordinariamente, sobre a sanidade do corpo, como a sanidade corporal facilita o Desenvolvimento da Mente e o Aprimoramento do Espírito.

Segundo as Observações Verológicas, a melhor forma de conseguir que a Mente fique sã e se mantenha sã é a de higienizá-la e robustecê-la – mediante um trabalho inteligente, metódico e constante – com a assimilação e a realização de poderosos Ensinamentos Morais Espirituais, principalmente, dos Mestres de Sabedoria Suprema. Portadoras de fortíssimos e sábios Pensamentos Superiores, essas Orientações de alta hierarquia espiritual, uma vez incorporadas à vida interna do verólogo, e ali mantidas pelo seu devotamento ao Processo de Evolução Ativa e Consciente, repelem os pensamentos inferiores, garantindo,assim, o saneamento incessante do Órgão Mental. Tal como um ímã não atrai um pedaço de pau, de modo similar, os pensamentos verdadeiramente bons, quando habitam a Casa Mental, não podem atrair os pensamentos maus e, portanto, impedemo ingresso ali desses indesejáveis habitantes.

Dentre os muitos cuidados para que o corpo se mantenha sadio, convém lembrar os seguintes:

A alimentação deve ser forte, sã e bem combinada, conforme as sábias regras do nutricionismo. É necessário mastigar bem os alimentos, procurando sentir, com nitidez, o seu sabor. Para que os alimentos sejam bem mastigados e para que se venha a saboreá-los devidamente, assegurando assim a eficiência e a boa digestão das substâncias introduzidas no organismo corporal, é indispensável concentrarse nesse ato o mais possível, evitando as preocupações que interrompam essa utilíssima concentração.

Para tanto, é bom evitar, quanto possível, as conversas durante a refeição. E, no caso de conversar, escolher assuntos sensatos, serenos, limpos e construtivos. Mas, o preferível é deixar as conversas para depois da refeição. Ou, melhor ainda, depois de se haver dado algum repouso à Mente e ao corpo, após a refeição.

Em alguns povos, costuma-se dormir, ou pelo menos repousar a Mente e o corpo, após o almoço, durante uma ou duas horas, todos os dias. Como é sabido, chama-se a isso fazer a sesta ou sestear. Em quase todos os recantos do Brasil, poucos fazem isso diariamente. No entanto, os que não podem sestear todos os dias, talvez possam fazê-lo aos domingos e feriados, tendo em vista que esse hábito aumenta muito a resistência do corpo.

É de todo desaconselhável comer entre discussões, gritarias e ruídos. Lógico é, portanto, que se deve preferir, para as refeições, lugar silencioso e onde reine harmonia, além da necessária higiene. Imprescindível se torna compreender que o ato da alimentação é um dos mais importantes para a vida humana, visto que da boa utilização dele depende muito a saúde corporal.

O sono é outro fator muito valioso para a saúde corporal: deve ser tranquilo e reparador, durante oito horas (pouco mais ou menos) em cada noite, e durante uma ou duas horas (no máximo) após o almoço, quando se consegue dormir por ocasião desse repouso diurno (sesta). Para tanto, é necessário dormir em lugar silencioso, higiênico, arejado, se possível de janelas abertas, a fim de que o ar seja devidamente renovado e os pulmões disponham de mais oxigênio para respirar durante o sono.

É de acentuar, em seguida, o quanto é necessária, para manter a saúde, uma rigorosa higiene corporal diária. A propósito, convém destacar o banho que deve ser demorado e cuidadoso, de preferência em chuveiro com um jato de água bem farto, bem espalhado, bem forte, a fim de se proporcionar ao corpo todas as atenções de higiene que ele merece. Destaca-se, ainda, a escovação dos dentes ao levantar, ao deitar e após as refeições.

Embora tudo isso, ou quase tudo, seja do conhecimento de todos, ou da maioria é oportuno lembrar esses cuidados porque, segundo se tem notado, vão sendo cada vez mais desprezados. E não há dúvida de que muitas enfermidades se originam de tão lamentável abandono.

Mas, a Verologia acrescenta a esses cuidados um alvitre de Ordem Espiritual, considerando que, sob o ponto de vista das observações transcendentais, algo há de extraordinário e até de sublime nos atos de comer e de dormir.

Ao alimentar o corpo (veículo através do qual o espírito se aprimora), é natural que o verólogo agradeça a Deus, profundamente, os alimentos que a Natureza lhe proporciona para sua nutrição, a possibilidade que teve de adquiri-los, bem assim a saúde e a disposição que tem para comê-los.

Ao entregar o corpo ao repouso, durante o sono, para que o espírito se liberte por algum tempo das atividades materiais, é bom compreender que isso envolve algo extraterreno, pois assemelha-se à transferência definitiva da alma deste mundo para o outro, quando o corpo deixa de ser habitado pela essência eterna que o anima. Portanto, nesse momento, é natural que o verólogo eleve seu pensamento a Deus. Já para pedir-lhe sejam muito proveitosos esses instantes em que seu espírito se desliga transitoriamente de seu organismo corporal, já para suplicar-lhe que o inspire e lhe de forças para realizar ao máximo o Processo de Evolução Ativa e Consciente, a fim de cumprir, tanto quanto possível, o verdadeiro objetivo de sua permanência temporária na Terra.

Para alcançar altos estados de Evolução Ativa e Consciente é imprescindível zelar, simultânea e incessantemente, pela saúde espiritual e corporal, sobretudo pela higidez espiritual. Os órgãos do corpo serão tanto mais bem cuidados e rejuvenescidos quanto maior for o Aprimoramento das Faculdades Mentais e de todas as outras Faculdades Psicológicas. É precisamente nesse sentido que a Verologia presta incomparável auxílio mediante o seu Método específico e singular.

À luz do Conhecimento Verológico, o aforismo de Juvenal se transforma e ganha maior amplitude. Em verdade, não basta que se tenha a Mente sã e o corpo são, a fim de obter uma felicidade completa. Para tanto, é indispensável sanear todos os sete Órgãos Psicológicos e zelar incessantemente pela sanidade corporal. Vale dizer: harmonizar entre órgãos do espírito com os órgãos do corpo, a fim de conseguir, afinal, um equilíbrio, tão acentuado quanto possível, entre o Sistema Psicológico e o Sistema Fisiológico. A Verologia ajuda, poderosamente ,no sentido de se alcançar esse admirável Equilíbrio Psicofísico, que abre novos e amplos horizontes para a vida humana.

O Apóstolo Tiago nos diz: “Assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a é sem obras é morta.”

Extraído de:

Jornal Verologia

Edição XXXVII Nº 465 e 466
Artigo referente a Setembro e Outubro de 2011